50 tons de cinza...

domingo, 17 de fevereiro de 2013
Por acaso liguei o tablet da minha irmã e fui no canal do youtube. Dentre a lista dos vídeos mais acessados vejo o de Felipe Neto falando sobre o livro '50 tons de cinza'. A primeira vez que vi esse livro foi nas mãos de uma mulher que estava na parada de ônibus e apresentará um leve sorriso no rosto quando debruçava sobre o mesmo. Me intrigou porque  pelo título o livro me soava como sem noão, desinteressante... Meu próximo convite ao livro foi quando passava nas lojas americanas e ele estava lá! Fui ver do que se tratava lendo a sua parte externa... e definitivamente não me interessava! Não faz parte do meu cotidiano ler coisas de auto-ajuda e tampouco de histórias pendentes para o erotismo.
Daí deparo-me com este vídeo de alguém que aparentemente não gostou do 'cartão-postal' do livro, como eu, e que diferente de mim foi ler. Afinal, trata-se de um dos livros mais vendidos no mundo.


 
Tirando os palavrões achei interessante o vídeo. Quem gosta do livro que o defenda! Pois eu chego a conclusão que não comprar / ler este livro fui muito acertado de minha parte. O que me intriga é em pleno século XXI um livro que aborda a figura feminina como uma subordinada, que vai satisfazer as vontades do seu 'macho' dominador, é um verdadeiro sucesso de vendas! Detalhe: O seu grande público são em maioria leitoras, mulheres!
 
Veja esta reportagem publicada na UOL:
 
"Mas o que todos se perguntam é por que, em tempos de igualdade de gêneros, um livro que coloca a mulher em uma posição tão submissa se tornou esse estrondoso sucesso justamente entre elas, as mulheres. Há algumas teorias e a mais forte delas é de que, mesmo sendo independente financeiramente, mesmo trabalhando fora e se desdobrando entre a família e o trabalho, as mulheres ainda têm a fantasia da submissão, de serem “possuídas” por seu homem, de fazerem “sexo selvagem” com um macho alfa livres de qualquer preconceito. Porque é justamente isso o que o livro oferece. Mas só a partir da página 103, pois o início funciona como uma longa e estimulante preliminar - e aí pode estar uma outra explicação para o sucesso entre o público feminino.
Até o início das aventuras sadomasoquistas de Christian e Anastasia, a narrativa é um misto de descrições detalhadíssimas dos atributos físicos dele - dela, pouco se sabe, apenas que não se encaixa no típico padrão de beleza a que estamos acostumados - e de situações que poderiam muito bem estar em livros da série Sabrina. O momento em que eles se conhecem, logo no primeiro capítulo do livro, tem todos os clichês possíveis desse tipo de história: Anastasia se atrapalha, tropeça e cai no chão. Ele ajuda a moça a levantar e então ela percebe o quanto ele é lindo, jovem, atraente. Depois segue-se uma conversa - Anastasia entrevista o executivo para o jornal da faculdade - em que ela enrubesce e se arrepende do que diz o tempo inteiro. É um clichê atrás do outro, mas quem se importa se há longas e quentes cenas de sexo (algumas chegam a durar páginas e páginas) pela frente?
O mais curioso de tudo é que Cinquenta Tons de Cinza surgiu como uma fan fiction de Crepúsculo (aí está ele de novo). Chateada com a falta de sexo entre o vampiro Edward e Bella Swan, a então produtora de TV Erika Mitchell, casada e mãe de dois filhos, resolveu escrever histórias picantes tendo o casal como protagonista. Publicadas na internet, as histórias fizeram tanto sucesso que uma editora acabou sugerindo que ela mudasse os nomes dos personagens e as transformasse em um romance independente. Não deu outra: o livro virou best-seller quase que instantaneamente. Resta saber se a libertinagem de Cinquenta Tons de Cinza vai agradar também ao público brasileiro. A editora Intrínseca, responsável pela publicação por aqui, espera que sim: a tiragem inicial é de 200 mil exemplares."
 
Eu queria apenas saber o que os Movimentos Feministas pensam em relação a isso!

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