“A única solução para a crise do capitalismo é o socialismo”.
Foi o que declarou neste sábado, 27, em Manágua, o presidente da Nicarágua e comandante da revolução sandinista, Daniel Ortega, no encerramento do 4º Encontro Sindical Nossa América (Esna), evento que reuniu lideranças de 27 países e 134 organizações sindicais.
Ortega enfatizou que a organização e mobilização da classe trabalhadora é fundamental para fazer frente à crise. O dirigente sandinista não poupou críticas às potências imperialistas lideradas pelos EUA, que recorrem à intervenção armada em diferentes países para manter um sistema injusto e opressor. Destacou que a Otan inventou uma estranha forma de “defender” os direitos humanos com bombardeios massivos contra os povos, numa alusão aos crimes em curso na África contra a Líbia.
Em sua opinião, embora os trabalhadores não tenham, neste momento, capacidade e condições para responder com levante popular e derrubar governos capitalistas em todo o mundo para barrar a ofensiva das classes dominantes e impor uma derrota definitiva ao neoliberalismo, com a firmeza e a força da classe será possível avançar na direção de uma solução positiva para a crise, que virá com o socialismo.
O presidente da Nicarágua recordou que em agosto de 1967, mesma época em que Che Guevara foi assassinado na Bolívia, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) organizou uma ação guerrilheira na Nicarágua, sob o comando de Carlos Fonseca. Os revolucionários lutaram contra latifundiários que usurpavam a propriedade da terra e assassinavam camponeses.
O Exército do ditador Somoza facilitava o roubo das terras e reprimia impiedosamente os trabalhadores do campo que ousavam resistir. “Preparamos as condições para iniciar a luta quando o Exército da tirania aliou-se ao Conselho de Defesa Americano, organizado pelo império para reprimir a luta dos povos, e desencadeou uma forte ofensiva militar”.
Parecia, a certa altura dos combates, que a guerrilha estava sofrendo uma derrota definitiva e as forças reacionárias não vacilaram em cantar vitória e apregoar o fim do sandinismo. Mas a luta iluminou a consciência dos trabalhadores e do povo nicaraguense e o objetivo principal dos revolucionários foi alcançado em 1979 através da revolução sandinista.
Num momento histórico em que prevalecia a ideia do fim da revolução, o triunfo da revolução sandinista causou surpresa, mas foi “uma surpresa para os pessimistas, para os opressores, para os imperialistas, mas não uma surpresa para o povo, para os trabalhadores”.
A revolução não encerrou a guerra, pois o império tratou de organizar a contrarrevolução, que estabeleceu suas bases na fronteira do país com Honduras e mergulhou a pátria de Sandino numa guerra civil que durou oito anos. A direita acabou recuperando o poder, através das eleições, e impôs o neoliberalismo, que resultou num “amplo empobrecimento do nosso povo”.
A desmoralização do neoliberalismo, aos olhos do povo, levou a FSLN novamente ao poder, desta vez através de um processo democrático, que deu início, com Ortega na presidência, ao que classificam hoje como a segunda etapa da revolução.
Agora, apesar da crise, o capitalismo continua cantando vitória e proclamando a inviabilidade do socialismo, mas a realidade é outra. “Neste 27 de agosto de 2011, se observarmos o mapa político em Nossa América, em relação a 1967, vemos uma grande mudança, vemos o avanço dos trabalhadores e dos povos na maioria das nações americanas. Seguimos multiplicando em nossa região, em toda a América, esta luta que nunca cedeu”.
“Os que estão dispostos à luta, os que estão dispostos à batalha, é que vão alcançar seus objetivos”, enfatizou. “Quanto mais repressão mais rebelião, quanto mais terror e barbaridade, maior a consciência e a luta popular. Nossa vitória abre com maior força a porta da esperança”.
Ao longo do tempo, segundo ele, os revolucionários na Nicarágua, assim como na Venezuela (sob a liderança de Hugo Chávez) e em outros países enfrentam o mesmo inimigo, porém com a força do povo derrotaram “uma e outra vez este mesmo inimigo, este mesmo adversário”.
É notória a maior integração entre nossos povos e nações, realizando os ideais de Sandino e o “supremo sonho de Bolívar, a unidade latino-americana. Vivemos uma nova realidade. O império já não pode arbitrar o destino dos nossos povos e nações como há alguns anos. Impõe-se a força dos trabalhadores, da juventude, das mulheres, dos povos”.
“Quem pode negar, hoje, que o capitalismo está enfermo; que a Otan inventou uma forma de proteger os direitos humanos lançando bombardeios massivos; que é justa a luta do povo palestino; que há um grito quase unânime do nosso planeta para que cesse o bloqueio a Cuba e para que sejam libertados os cinco heróis cubanos prisioneiros do império.”
Segundo Ortega, nota-se um avanço da consciência política dos povos e uma acumulação de forças que cria melhores condições para a batalha presente e futura contra o capitalismo e para a vitória no presente e a vitória futura. “Tenho a convicção pela luta do nosso povo de que chegará o dia em que as Nações Unidas estarão debatendo este tipo de questão e enviando este tipo de mensagem. Então, o capitalismo estará chegando ao fim. Viva a unidade dos povos e dos trabalhadores latino-americanos”.
O 4º Esna foi encerrado com o plenário cantando a Internacional, hino dos explorados e oprimidos pelo sistema capitalista.
De Manágua,
por Umberto Martins
Ortega enfatizou que a organização e mobilização da classe trabalhadora é fundamental para fazer frente à crise. O dirigente sandinista não poupou críticas às potências imperialistas lideradas pelos EUA, que recorrem à intervenção armada em diferentes países para manter um sistema injusto e opressor. Destacou que a Otan inventou uma estranha forma de “defender” os direitos humanos com bombardeios massivos contra os povos, numa alusão aos crimes em curso na África contra a Líbia.
Em sua opinião, embora os trabalhadores não tenham, neste momento, capacidade e condições para responder com levante popular e derrubar governos capitalistas em todo o mundo para barrar a ofensiva das classes dominantes e impor uma derrota definitiva ao neoliberalismo, com a firmeza e a força da classe será possível avançar na direção de uma solução positiva para a crise, que virá com o socialismo.
O presidente da Nicarágua recordou que em agosto de 1967, mesma época em que Che Guevara foi assassinado na Bolívia, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) organizou uma ação guerrilheira na Nicarágua, sob o comando de Carlos Fonseca. Os revolucionários lutaram contra latifundiários que usurpavam a propriedade da terra e assassinavam camponeses.
O Exército do ditador Somoza facilitava o roubo das terras e reprimia impiedosamente os trabalhadores do campo que ousavam resistir. “Preparamos as condições para iniciar a luta quando o Exército da tirania aliou-se ao Conselho de Defesa Americano, organizado pelo império para reprimir a luta dos povos, e desencadeou uma forte ofensiva militar”.
Parecia, a certa altura dos combates, que a guerrilha estava sofrendo uma derrota definitiva e as forças reacionárias não vacilaram em cantar vitória e apregoar o fim do sandinismo. Mas a luta iluminou a consciência dos trabalhadores e do povo nicaraguense e o objetivo principal dos revolucionários foi alcançado em 1979 através da revolução sandinista.
Num momento histórico em que prevalecia a ideia do fim da revolução, o triunfo da revolução sandinista causou surpresa, mas foi “uma surpresa para os pessimistas, para os opressores, para os imperialistas, mas não uma surpresa para o povo, para os trabalhadores”.
A revolução não encerrou a guerra, pois o império tratou de organizar a contrarrevolução, que estabeleceu suas bases na fronteira do país com Honduras e mergulhou a pátria de Sandino numa guerra civil que durou oito anos. A direita acabou recuperando o poder, através das eleições, e impôs o neoliberalismo, que resultou num “amplo empobrecimento do nosso povo”.
A desmoralização do neoliberalismo, aos olhos do povo, levou a FSLN novamente ao poder, desta vez através de um processo democrático, que deu início, com Ortega na presidência, ao que classificam hoje como a segunda etapa da revolução.
Agora, apesar da crise, o capitalismo continua cantando vitória e proclamando a inviabilidade do socialismo, mas a realidade é outra. “Neste 27 de agosto de 2011, se observarmos o mapa político em Nossa América, em relação a 1967, vemos uma grande mudança, vemos o avanço dos trabalhadores e dos povos na maioria das nações americanas. Seguimos multiplicando em nossa região, em toda a América, esta luta que nunca cedeu”.
“Os que estão dispostos à luta, os que estão dispostos à batalha, é que vão alcançar seus objetivos”, enfatizou. “Quanto mais repressão mais rebelião, quanto mais terror e barbaridade, maior a consciência e a luta popular. Nossa vitória abre com maior força a porta da esperança”.
Ao longo do tempo, segundo ele, os revolucionários na Nicarágua, assim como na Venezuela (sob a liderança de Hugo Chávez) e em outros países enfrentam o mesmo inimigo, porém com a força do povo derrotaram “uma e outra vez este mesmo inimigo, este mesmo adversário”.
É notória a maior integração entre nossos povos e nações, realizando os ideais de Sandino e o “supremo sonho de Bolívar, a unidade latino-americana. Vivemos uma nova realidade. O império já não pode arbitrar o destino dos nossos povos e nações como há alguns anos. Impõe-se a força dos trabalhadores, da juventude, das mulheres, dos povos”.
“Quem pode negar, hoje, que o capitalismo está enfermo; que a Otan inventou uma forma de proteger os direitos humanos lançando bombardeios massivos; que é justa a luta do povo palestino; que há um grito quase unânime do nosso planeta para que cesse o bloqueio a Cuba e para que sejam libertados os cinco heróis cubanos prisioneiros do império.”
Segundo Ortega, nota-se um avanço da consciência política dos povos e uma acumulação de forças que cria melhores condições para a batalha presente e futura contra o capitalismo e para a vitória no presente e a vitória futura. “Tenho a convicção pela luta do nosso povo de que chegará o dia em que as Nações Unidas estarão debatendo este tipo de questão e enviando este tipo de mensagem. Então, o capitalismo estará chegando ao fim. Viva a unidade dos povos e dos trabalhadores latino-americanos”.
O 4º Esna foi encerrado com o plenário cantando a Internacional, hino dos explorados e oprimidos pelo sistema capitalista.
De Manágua,
por Umberto Martins
Fonte: Site da UJS
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