Currículo: Mera formalidade escolar?!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Peguei-me a pensar tal frase a partir de tantas e tantos fatos que aconteceram no meu cotidiano. A exacerbação do orgulho burguês, a acomodação da população quanto aos problemas da desigualdade social gerado pelo modelo econômico aplicado em nossa sociedade. Isso fica tão explicito nas escolas, nas ruas... Mas por que, por exemplo, vemos isso nas escolas básicas e na Universidade se até onde sei quase todas (nas públicas são todas!) são norteadas por um currículo fundamentado na epistemologia da analise Marxista, nas teorias críticas educacionais?! Seria o currículo algo velho, desatualizado, desinteressante aos milhões de jovens que podem tornar-se cidadãos críticos para poder transformar a sua realidade, mudar o seu mundo?! Ou numa linguagem mais chula, ele seria um documento que professores se reúnem para fazer (ou não, podem pagar para isso, talvez...) com o simples objetivo de conseguir abrir a sua grande empresa... A Escola!

Não sou profunda estudiosa no debate do currículo e das teorias educacionais. Mas tomo a liberdade de opinar sendo também uma jovem estudante que enxerga, reflete e crítica a forma como é conduzido o saber pedagógico e que ai de achar que ele precisa melhorar, e muito!

O curriculo de uma escola, de uma Universidade não é um mero documento, uma mera formalidade escolar! Ele é o reflexo de um público, de uma parcela de sociedade que está envolvida com a escola. Ou seja, é o envolvimento do professor, estudantes e representações, gestores, comunidade, familia. Nele encontramos seu carater ideológico de pensar a sociedade e suas formar de intervir. Algo que pode ser construido de maneira democrática com a sociedade não pode, jamais, ser considerado uma mera formalidade. Cabe a reflexão dos que estão diretamente envolvidos na organização e no ato de disseminar o saber pedagógico a seguinte provocação: Não estariam fechando os olhos frente aos seus ideais e de joelhos assumindo, indiretamente, as práticas do modelo capitalista de se ver / enxergar o educar?! Estes últimos precisão compreender o seu papel social e a partir do seu entendimento deve construir e aplicar o currículo. O currículo não está para atender um determinado status quo que fortalece as desigualdades sociais e nem tão pouco é algo técnico que não gere inquietude entre os jovens.

A escola é um objeto central para a "disseminação" de uma determinada ideologia, pois ainda que com suas dificuldades atingi grande parte da população. E essa disseminação / transmissão do conhecimento se dá atraves do curriculo escolar. Portanto, se faz necessário que os escritos produzidos a partir da crítica/analise marxista saia do currículo "papel"/"documento". Precisa tomar corpo, ganhar azas, voar ao mundo! De maneira mais clara, ele precisa ser assumido enquanto práxis do cotidiano escolar.

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