Por Thauan Fernandes
Num sábado dado a um tal de Zé Pereira, o galo anunciava aos quatro cantos do Recife o início da festa tão esperada. Mas venhamos e convenhamos... ela já tinha começado há muito tempo, em todo lugar de Pernambuco. Acontece que carnaval não é mais uma festa pro povo pernambucano, mas sim uma erupção de cultura própria, colocada à mostra em cada fantasia irreverente, cada sorriso aberto e cada máscara que mostra a verdadeira face de cada folião. E foliã; porque é aí que se mostra a vontade desse povo guerreiro - um jeito de sermos todos iguais e com mesmos direitos, sem importar raça, cor ou gênero. É dia e hora marcada de encontro nas ruas e ladeiras, todos numa só voz de alegria.
Nas ladeiras de Olinda, a "escrotice" dos foliões deixava a marca registrada do carnaval, dos pierrots e colombinas, sob o som das orquestras, cantando a beleza de "Olinda! Seus coqueirais, o sol e o mar", reverenciando o ritmo centenário.
Os mamelungos de casa forte cantaram alto a cultura com Lenine.
Os mangueboys, embalados pela saudade dos 15 anos da morte daquele que foi grande revolucinário da música brasileira, entoaram o maracatu de uma tonelada ao som da insistente Nação, que mostra a cada ano que o maguebeat é mais forte que a morte.
O grande homenageado da festa chegou com pompa devida ao palco. E com seu táxi Lunar, levou todos e todas à grande Apoteose. E todos os de fora que vieram, puderam ver 4 dias de completa alegria e cultura viva, renovada por cada filho de Pernambuco que canta, todo ano que o nosso bloco é de fato campeão.^^ E, tenham certeza, a canção mais entendida por todos não foi a "Quarta-feira ingrata, que chega depressa pra contrariar..." mas sim todos compreenderam bem porque o volume das vozes populares aumenta a cada "Voltei, Recife! Foi a saudade que me trouxe pelo braço!" É, meus amigos, falta só um ano.
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