A arte de discordar ou discordar é uma arte! Uma arte que muitos fazem com segurança ou não do que estão fazendo, defendendo ou não uma ideologia, pontuando ou não uma opinião, reproduzindo ou não aquilo que querem que você diga. Tudo seria muito chato se as pessoas não pensassem diferente de nós. Perderíamos o gosto da conquista, da vitória, da segurança de que estamos certos ou incertos (e como ter a certeza da certeza?). Quando a gente discorda levanta teses profundas ou não, provoca curiosidades em outrem ou não, talvez tudo dependa do nível de consciência de alguém! Sim, nível de consciência! Porque pra mim todo ser humano dotado de uma incompletude é um ser consciente... portanto ele pensa! E concordar ou não com ele (e compreender o ser humano em sua incompletude) é que faz a diferença.
Às vezes julgamos pessoas por pensarem diferentes de nós. Mas precisamos ir ao radial da formação daquele indivíduo para compreender o porquê de tomar certas atitudes. O ambiente que o cerca, sua escolarização, amizades, livros de leitura tudo forma base para um pensar que pode ser ingênuo ou crítico. Quando digo ingênuo ou crítico, posso dizer que para tomar essa referência eu também tive uma base a partir do meu cotidiano, escolarização, amizades, livros, família, etc. Pode até não ser a verdade absoluta (até porque acredito que não há verdade absoluta), mas é o que tomo como referência e abraço para minhas singelas reflexões.
Uma consciência ingênua não trás ruptura, trás o comodismo, a aceitação do que os outros seres sociais podem oferecer, soa com a reprodução de informações, combina com a falta de ousadia para assumir-se, de falar “um deixa que os outros façam”, de não se compreender como protagonista das mudanças que ele gostaria que acontecesse. Uma crítica é tudo ao contrário, é compreender seu papel de protagonismo para as mudanças do qual acredita ser necessária, é ter segurança para defender aquilo que acredita, é saber tomar decisões, é ter ousadia e autenticidade.
Eu admiro pessoas que tomam decisões, que não sentem vergonha para falar aquilo que pensa, que não baixa a cabeça na busca pela fuga do olhar da discordância e do descontentamento. Estes que não olham são frágeis! Podem até ter boas ideias, mas são frágeis. Eu admiro os livres para voar ao além do infinito das ideias e ideais, que não temem o novo nem o diferente, que se permite ouvir e responder com clareza o que acredita. Eu admiro os que têm opinião, não fogem a luta quando acreditam, os que têm ousadia para saber tomar suas decisões.
Ps.: Chego à pretensão de escrever essas linhas num dialogo que faço comigo mesma.
Por mais que seu santo não bata com o 'daquela menina', admita que pelo menos pra lhe fazer refletir sobre comportamentos ela serve. :D